Anti-Aging,Revista Cristina
Revista Cristina — Tenho 40 anos, e agora?
A Emília (40 anos), acordava sem energia. De cara inchada e “bolsas” debaixo dos olhos todas as manhãs, sentia que o seu sono não era reparador, manifestava dificuldade em manter o sono até ao fim, acordando muito cedo (insónias terminais) e queixava-se de cãibras nos membros inferiores durante a noite. Durante o dia sentia-se cansada, com falta de memória e menor capacidade de concentração, andava desmotivada, ansiosa e irritável… Também a líbido (desejo sexual) vinha a diminuir, por vezes havia alguma secura vaginal e dificuldade em atingir o orgasmo; a Emília e o marido associavam estes sinais ao stress do dia-a-dia. Ao contrário do que era habitual, a vontade de comer doces era maior e, muitas vezes, impossível de controlar, o que resultou num aumento de peso, principalmente na região abdominal. Havia uma constante sensação de inchaço, alguma tensão mamária e, apesar de praticar exercício físico 2 a 3 vezes por semana, sentia que a pele estava mais flácida e com mais celulite. O cabelo estava mais fino e seco, as unhas mais quebradiças e na pele surgiam cada vez mais rugas — junto aos olhos (“pés de galinha”) e ao lábio superior (“código de barras”).
Certamente, estaria perante um caso de desequilíbrio hormonal. Um défice de hormonas tiroideias, de progesterona, de testosterona e de DHEA, juntamente com um excesso de cortisol e resistência à insulina, poderiam explicar todos estes sintomas na Emília. Os exames complementares de diagnóstico, tais como as análises laboratoriais e os exames imagiológicos (ecografia da tiroide, mama, pélvis, abdómen e eco-doppler dos vasos sanguíneos do pescoço) foram fundamentais para confirmá-lo.
A partir dos 30/35 anos de idade, os níveis hormonais diminuem entre 1% a 3% por ano, resultando num desequilíbrio hormonal que mostra os primeiros sinais por volta dos 40 anos de idade, tanto nas mulheres como nos homens. As hormonas são as mensageiras químicas do nosso corpo, presentes na corrente sanguínea para chegar a todos os órgãos e controlar todos os sistemas e, se estas não estiverem equilibradas, haverá sinais de desequilíbrio no nosso corpo. Nenhum metabolismo funciona bem em desequilíbrio.
A Medicina Anti-Envelhecimento tem um papel fundamental em proporcionar o equilíbrio hormonal, promovendo a qualidade de vida, a prevenção das doenças relacionadas com o envelhecimento e a sua deteção precoce, em homens e mulheres. Através da determinação do perfil hormonal é possível promover o bem-estar em cada pessoa, de dentro para fora, tendo como base 5 pilares que devem sempre funcionar em sinergia: nutrição, exercício físico, suplementação hormonal, suplementação não-hormonal e mudança de hábitos diários.
Cada caso é um caso e, particularmente no que toca à suplementação hormonal, esta deve sempre ser individual e personalizada, ou seja, o que é adequado para um paciente, não é, necessariamente, adequado para outro. A reposição hormonal é feita com hormonas bioidênticas, isto é, moléculas química e estruturalmente iguais às de cada paciente para serem reconhecidas pelos recetores como suas. Nunca são prescritas hormonas desnecessárias, sendo imperativo o acompanhamento médico com controlo analítico regular, garantindo que a terapêutica aplicada está a ser feita nas doses corretas.
Voltando ao caso da Emília, foram-lhe recomendadas algumas alterações na alimentação, na prática de exercício físico e nos hábitos diários, nomeadamente, substituição de alguns alimentos por outros nutricionalmente mais ricos e adequados às suas necessidades, mudanças no consumo de café e álcool, gestão de stress e maior controlo nos horários do sono. A suplementação hormonal passou pela hormona tiroideia, testosterona (em creme, aplicado no braço), progesterona (durante uma parte do ciclo menstrual) e DHEA; a suplementação não-hormonal resumiu-se a alguns micronutrientes (ferro, magnésio, zinco, L-carnitina e glutamina) e vitaminas (D e do complexo B). Ao fim de 3 meses, a Emília sentia-se diferente e todos os sintomas começavam a desvanecer.
Se se identificou com este caso, não hesite em agendar uma consulta comigo na MyMoment. Estou disponível para esclarecer todas as suas dúvidas sobre o desequilíbrio hormonal e ajudar a combater os sinais de envelhecimento.
Por Dra. Marta Padilha.
Artigo originalmente publicado na Revista Cristina.