Menopausa e Alzheimer: haverá relação?

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Alguma vez imaginou que pudesse haver relação entre menopausa e Alzheimer? Infelizmente, há. Mas, por outro lado, há forma de evitar esta relação.

Confusa? Explicamos tudo de seguida.

 

Em que medida menopausa e Alzheimer se relacionam?

Como explica a Drª Isabel Luiz, Médica de Anti-Aging e Medicina Integrativa na MyMoment, há vários estudos que nos mostram uma correlação entre a menopausa e a doença de Alzheimer, uma área crescente de interesse nas Neurociências. Isto indica que os níveis hormonais do organismo da mulher têm um impacto muito maior do que apenas o aspeto sexual ou a fertilidade.

Durante a menopausa as mulheres  experimentam uma queda significativa nos níveis de estrogénio, hormona que tem um papel fundamental na proteção do cérebro em termos estruturais e funcionais aumentando vulnerabilidade à doença de Alzheimer (DA).

 

 

A importância do Anti-aging e da reposição hormonal

O Anti-aging, ou Medicina Anti-Envelhecimento (MAE), é uma área da medicina que permite atrasar e melhorar o processo de envelhecimento. Desta forma, proporciona-se um aumento da qualidade de vida e bem-estar, reduzindo o risco de um largo espetro de doenças.

O Anti-aging assenta sobre 5 pilares fundamentais, nomeadamente:

  • Nutrição;
  • Exercício físico;
  • Suplementação alimentar;
  • Hábitos de vida saudáveis;
  • Modulação/reposição hormonal.

E é este último pilar que faz a diferença no que respeita a relação entre menopausa e Alzheimer.

 

As consequências do declínio hormonal

Entre os 30 e os 40 anos, os níveis hormonais da mulher decrescem gradualmente, iniciando-se o processo de envelhecimento. Múltiplos sintomas como a fadiga crónica, alterações no ciclo do sono, falta de concentração e memória, diminuição da libido, aumento da gordura corporal, osteoporose, flacidez da pele e muscular, depressão, entre outros, podem ser a consequência deste desequilíbrio e diminuição hormonal. E, como já foi mencionado, também a doença de Alzheimer pode entrar nesta equação.

O estudo do perfil hormonal permite intervir na prevenção de doenças como a demência e particularmente a doença de Alzheimer, melhorar a sintomatologia, tendo como consequência o aumento do bem-estar e, eventualmente, da longevidade. Daí que a reposição hormonal seja tão importante, especialmente em casos de menopausa precoce.

 

Tratar a menopausa e prevenir o Alzheimer

A terapia hormonal é uma forma comum, fiável e segura de melhorar os sintomas graves da menopausa, mas sabe-se, agora, que vai além disso. Esta reposição hormonal também tem influência no cérebro. Mas, para que haja esse efeito benéfico e preventivo da doença de Alzheimer, a reposição hormonal deve acontecer numa fase precoce da manifestação da menopausa.

Um estudo indicou que mulheres que entram na menopausa antes dos 40 anos têm um risco 35% maior de desenvolverem demência. Outro estudo mostrou que mulheres que tiveram menopausa antes dos 45 anos tem 1,3 vezes mais hipótese de serem diagnosticadas com demência (DA) aos 65 anos.

Pesquisas indicam ainda que a falta de estrogénio leva a alterações na atividade cerebral e à deposição de proteínas beta-amiloide e proteína tau (preferencialmente nas áreas da memória) em maior quantidade nas mulheres em relação aos homens da mesma idade. Verificaram-se ainda quantidades mais elevadas nas mulheres em que a terapêutica de reposição hormonal (TRH) foi iniciado mais tardiamente. Conclui-se, portanto, que esta especificidade em relação ao género está relacionada com a menopausa e ao início da terapia de reposição hormonal.

Do ponto vista genético, o alelo APOE-e4 tem um maior impacto nas mulheres após a menopausa. Mulheres com este gene parecem ter uma resposta mais negativa à queda de estrogénio na menopausa, o que aumenta o risco de desenvolver demência. Além disso, mudanças do microbioma intestinal na menopausa podem estar relacionadas com aumento da inflamação sistémica no corpo e no cérebro, o que está associado ao aumento da doença de Alzheimer nas mulheres.

Em resumo, os estudos sugerem que a menopausa desempenha um importante papel no risco aumentado de doença de Alzheimer nas mulheres devido à queda de estrogénio, alterações no metabolismo cerebral, interações com fatores genéticos e aumento da inflamação.

A terapia de reposição hormonal, se iniciada precocemente ou no início da menopausa, pode oferecer proteção contra a doença de Alzheimer. No entanto, os resultados variam com base na hormona, dose e momento de início.

 

O acompanhamento médico é importante em todas as fases da vida, incluindo a chegada da menopausa, venha ela quando vier. Mas, como pôde verificar, a reposição hormonal não se resume a um envelhecimento mais ativo que, por si só, já é muito importante para que se tenha mais qualidade de vida.

A relação entre menopausa e Alzheimer é um importante alerta para que todas as mulheres redobrem ainda mais os seus cuidados de saúde e a procura da ajuda adequada e atempada. Portanto, se está na menopausa, precoce ou não, não deixe de se aconselhar com os profissionais que a podem ajudar a ter um envelhecimento mais saudável. Basta marcar uma consulta médica de avaliação para que a possamos ajudar a viver mais, mas com qualidade.


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